Uma nova análise baseada no Censo de 2022 do IBGE aponta Taboão da Serra, município da Grande São Paulo, como a cidade mais “apertada” do Brasil — ou seja, aquela com maior densidade populacional do país.
O que mostram os dados
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Taboão da Serra possui 20,38 km² de área territorial e, segundo o último censo, tem pouco mais de 273 mil habitantes.
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Isso se traduz em cerca de 13.416 habitantes por km², o índice de densidade demográfica mais alto registrado entre municípios brasileiros.
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Há projeções de crescimento para a população do município, que poderiam elevá-la para mais de 285 mil moradores em 2025.
Comparativo: outras cidades densas
Para dar ideia do quão significativo é esse índice de densidade, veja algumas das cidades que aparecem logo atrás no ranking:
Cidade | Estado | Habitantes por km² aprox. |
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Diadema (SP) | São Paulo | ~12.795 |
São João de Meriti (RJ) | Rio de Janeiro | ~12.521 |
Osasco (SP) | São Paulo | ~11.445 |
Carapicuíba (SP) | São Paulo | ~11.205 |
São Caetano do Sul (SP) | São Paulo | ~10.805 ) |
Por que Taboão da Serra aparece tão “apertada”?
Alguns fatores ajudam a explicar por que esse município bate os demais quando o assunto é densidade:
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Pequena área territorial: por ter uma superfície compacta, qualquer crescimento populacional ou construção vertical impacta bastante a densidade.
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Proximidade com São Paulo: Taboão da Serra faz divisa com bairros da zona sul da capital paulista, o que favorece movimentos migratórios internos, expansão urbana e conurbação (ou seja, é difícil traçar onde acaba São Paulo e começa Taboão da Serra em termos de uso urbano).
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Urbanização intensa: o município tem se desenvolvido de modo vertical e com uso intenso do espaço urbano para moradia. Isso inclui habitações mais densas, pouco espaço livre por habitante e infraestrutura adaptada para uma população relativamente grande em espaço limitado. (Esses são fatores típicos de regiões de alta densidade demográfica.)
Desafios que vêm com alta densidade
Com tanta gente por km², algumas questões práticas ganham urgência no planejamento urbano:
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Infraestrutura de transporte público precisa dar conta de fluxos elevados entre municípios vizinhos.
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Serviços públicos (saúde, educação, coleta de lixo etc.) enfrentam demanda muito forte sobre pequena área.
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Espaços verdes e lazer se tornam mais escassos ou disputados.
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Questões de mobilidade interna, circulação de veículos, trânsito e impacto ambiental tendem a se agravar.
Taboão da Serra, portanto, não é apenas mais uma cidade paulista: é o exemplo de como a dinâmica de crescimento urbano, proximidade com metrópoles e pressão por espaço podem resultar em densidade extrema. Para moradores, gestores públicos e urbanistas, o desafio é equilibrar qualidade de vida com a inevitável verticalização e ocupação intensa do solo.