Açaí, tucupi e maniçoba: três iguarias icônicas da culinária amazônica. Uma polêmica surgiu no COP30, que acontecerá em novembro em Belém, ao proibir estes pratos nos quiosques oficiais. A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) alegou risco sanitário. Porém, no sábado (16/08), a COP30 publicou uma errata revisando o edital que vetava a comercialização de alimentos no evento.
Conforme o documento da OEI, de 12 de outubro, a decisão visou evitar complicações alimentares no evento. Alimentos como açaí, tucupi e maniçoba foram considerados arriscados nas áreas azul e verde da COP30. A justificativa apresentada foi de risco sanitário: o açaí poderia transmitir Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, se não fosse pasteurizado. O tucupi e a maniçoba foram classificados com alto risco se fossem preparados errados.
Além desses pratos, a lista de restrições incluía:
- maionese caseira,
- ostras cruas,
- carnes malpassadas,
- molhos caseiros
- e sucos de fruta in natura (permitidas apenas polpas processadas).
Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, a medida é um “erro grave”. Ele ainda defendeu a presença da gastronomia regional na COP30 e informou que que o edital seria revisto para corrigir as distorções.
A gastronomia paraense é renomada por sua riqueza, com o açaí em evidência. Proibições assim podem prejudicar a imagem de eventos internacionais e negligenciar a essência cultural local. Os organizadores garantem que o cardápio final representará bem as tradições amazônicas. Espera-se que a errata assegure a presença destas delícias para os visitantes.
Com a errata, a utilização dos pratos típicos segue autorizada apenas em condições específicas.
Sabino ainda aproveitou para destacar o reconhecimento internacional da gastronomia paraense. “Belém é reconhecida como cidade criativa da Gastronomia pela Unesco e este ano recebeu o prêmio pela publicação Lonely Planet, maior editora de guias de viagem do mundo, como única cidade brasileira entre as 10 melhores”.