Clarice Lispector, a icônica escritora ucraniano-brasileira, tem se tornado uma fonte de inspiração para grandes nomes da música pop, como Lorde e Olivia Rodrigo. Cativando leitores com suas obras introspectivas, Clarice agora influencia a cena musical. Enquanto a literatura brasileira tem gigantes como Jorge Amado e Paulo Coelho, é em Lispector que as artistas encontram uma nova e profunda inspiração O Globo.
Clarice Lispector e o pop: uma harmonia de emoções
Lorde comentou, durante a divulgação de seu novo álbum “Virgin”, sobre como os livros de Clarice Lispector influenciaram sua música.
Esta revelação trouxe a obra de Clarice para os holofotes internacionais novamente. As canções de Lorde exibem uma profundidade que reflete a introspecção dos textos de Lispector.
Olivia Rodrigo também expressou seu apreço pelas obras de Clarice, considerando-as essenciais para seu processo criativo.
O que faz de Clarice Lispector um fenômeno inspirador?
- Emocionalidade Intensa: Seus livros são famosos pela carga emocional e introspectiva.
- Temas Universais: Clarice explora questões existenciais que buscam autenticidade.
- Prosa Inovadora: Sua combinação de prosa poética e narrativas não lineares atrai criadores à procura de originalidade.
Embora Clarice Lispector tenha falecido em 1977, sua influência persiste, tanto na literatura quanto na cultura pop. Suas palavras, ao tocar leitores e ouvintes, continuam a perpetuar seu legado cultural.
À medida que mais artistas exploram seu repertório, Clarice cativa novas audiências, firmando-se como uma figura seminal além do Brasil. Sua crescente popularidade no pop solidifica seu status como uma das vozes literárias mais influentes e universais.
Por onde começar a ler Clarice Lispector?
Caminho mais leve e introdutório
Se você quer começar aos poucos, conhecendo o estilo dela sem mergulhar de cara nos livros mais complexos:
“Laços de Família” (1960)
→ Coletânea de contos curtos e brilhantes, onde ela explora o cotidiano e as tensões familiares com sutileza e profundidade. É uma excelente porta de entrada para o universo dela, com textos curtos, mas impactantes.
“Felicidade Clandestina” (1971)
→ Outro livro de contos, muitos deles autobiográficos ou com forte tom de memória e infância. O famoso conto que dá título ao livro é ótimo para sentir a escrita da Clarice.
Caminho intermediário (romances acessíveis, mas profundos)
Se você já está acostumada com literatura um pouco mais introspectiva:
“A Hora da Estrela” (1977)
→ Último romance publicado em vida. É um dos mais diretos dela, com crítica social, humor irônico e o estilo existencial característico. A história de Macabéa, uma jovem nordestina no Rio, é triste e poética ao mesmo tempo.
“Perto do Coração Selvagem” (1943)
→ Romance de estreia que já revela o estilo fragmentado e introspectivo de Clarice. É mais denso, mas uma bela maneira de entender o início da trajetória dela.
Caminho para quem já está pronta para o mergulho profundo
Se você gosta de filosofia, introspecção extrema e está aberta a leituras não lineares:
“A Paixão Segundo G.H.” (1964)
→ Um dos livros mais complexos e famosos dela. Uma mulher enfrenta um colapso existencial ao matar uma barata no quarto de empregada. Parece simples, mas o livro é uma viagem filosófica sobre o ser, o nada e o sentido da vida.