Em um mercado de trabalho altamente competitivo, muitas vezes mil currículos são recebidos para uma única vaga. Segundo o recrutador David Rosestein, especialista em marca pessoal e carreira, uma simples postagem online não basta — o que realmente faz diferença é ser indicado. Uma indicação interna pode ser o fator decisivo para que seu currículo seja selecionado por quem contrata.
A importância da indicação pessoal
Rosestein relata que, em uma experiência com uma vaga em uma empresa de tecnologia, dos mil candidatos, apenas 50 foram indicados por colaboradores. Entre esses, dez tiveram alguém entrando em contato com o recrutador para endossar sua candidatura — e adivinhe quem foi chamado primeiro? Isso evidencia que recurso à comunidade e construção de confiança são fundamentais.
Marca pessoal: o que é e como construí-la
Construir uma marca pessoal forte baseada na credibilidade e na confiança faz de você um candidato “ímã” para oportunidades — pessoas são naturalmente atraídas por indivíduos confiáveis e autênticos. Dicas práticas:
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Invista em relacionamentos autênticos com colegas e ex-colegas.
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Em encontros informais — como cafés ou reuniões — demonstre interesse real pelo outro e lembre-se de detalhes.
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Faça perguntas pensadas sobre o trabalho e a trajetória da pessoa; isso reflete cuidado e gera reciprocidade.
Complementos relevantes para quem está em busca de emprego
1. IA no recrutamento: uma faca de dois gumes
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Plataformas como ATS (Sistemas de Rastreamento de Candidatos) filtram currículos com base em palavras-chave, aumentando a concorrência em processos com milhares de inscritos.
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O uso indiscriminado de IA pode prejudicar, pois currículos genéricos e padronizados levantam dúvidas sobre autenticidade.
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A dica? Use IA com consciência: ela pode revisar e estruturar seu texto, mas a voz e os resultados devem ser seus e únicos.
2. A primeira impressão conta — e muito
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Segundo Giovanni Begossi, especialista em oratória, 85% do sucesso em entrevistas depende da comunicação e impacto inicial — apenas 15% se deve ao conteúdo técnico.
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Pesquise sobre a empresa, treine suas respostas, seja honesto, cuide da aparência e seja pontual — são detalhes que reforçam sua credibilidade.
3. Linguagem corporal faz diferença
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Um sorriso genuíno, postura aberta e aperto de mão firme criam uma conexão imediata com o entrevistador.
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A linguagem não verbal é processada inconscientemente e molda percepções rapidamente — estar consciente disso pode virar jogo.
4. Mostre autoconhecimento e proatividade
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Aproveite o final da entrevista para perguntar: “O que achou de mim? Há algo que eu poderia melhorar?” — essa técnica de fechamento permite enfrentar dúvidas e mostrar interesse real em se desenvolver.
5. Autoconhecimento gera confiança
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Perguntar ao entrevistador: “Que tipo de pessoa não deveria trabalhar aqui?” revela os valores reais da empresa com respostas mais autênticas do que os discursos temáticos padrão.
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Refletir sobre seus próprios valores e pontos de melhoria demonstra maturidade e clareza de propósito.
Diante de tantas candidaturas, o que diferencia você de outros mil não é apenas o currículo — é a comunidade, a credibilidade percebida, a autenticidade da sua marca pessoal e a capacidade de comunicação genuína.
Conecte-se com pessoas, construa relacionamentos baseados em confiança e mostre suas verdadeiras motivações de forma consciente. Assim, você deixa de ser apenas mais um currículo e passa a ser uma escolha estratégica e memorável.